domingo, 16 de fevereiro de 2014

Tomada de decisão na finalização

O que condiciona o momento da finalização? O enquadramento do jogador com a baliza? A posição do Guarda redes? A colocação que decide colocar na bola? E por fim, o sucesso do gesto técnico?
A percepção destas todas condicionantes, são preponderantes para existir golo, senão vejamos:


Salah (no vídeo), percepciona o contexto da jogada? Ou pura e simplesmente chuta, na esperança que Krul não apanhe a bola. Quantas vezes Salah focou a baliza antes do remate? Nenhuma! Ora se não olhou,  como conseguiu perceber a posição do GR, e face ao seu enquadramento com a baliza, decidir para onde ia colocar a bola?

Tenho então a sorte de estar num clube (Associação Desportiva de Olhão - 4 ao Cubo) em que me encontro rodeado de pessoas com tanta curiosidade como eu, então após observar que este fenómeno do "remate ao acaso", acontecia muito mais vezes que o desejável, decidimos quantificar isto em valores.

O escalão analisado foi o de Infantis A, em dois jogos, apresentando os seguintes valores:



Foca a baliza antes da finalização
Não foca a baliza antes da finalização
7 de Dezembro de 2013
13 remates (8 Golos)
17 remates (2 Golos)
4 de Janeiro de 2013
10 remates (7 Golos)
23 remates (2 Golos)

37%
(65% destes remates dão golo)
63%
(10% destes remates dão golo)








 

Percebe-se à partida que os jogadores focam a baliza muito menos vezes que o aceitável. No entanto, 65% das vezes que percepcionaram o contexto, marcaram golo, ao invés que apenas 10% dos remates deram golo quando não focaram a baliza.
Claramente se comprova a importância da percepção no momento da finalização, demonstrando que esta está intimamente ligada ao sucesso da acção.

Posto isto, começou-se a realizar trabalho específico neste sentido, e após muitos exercícios de finalização com alvos, com decisão controlada pelo treinador, entre outros, neste fim de semana, optamos por voltar a recolher resultados:


Foca a baliza antes da finalização
Não foca a baliza antes da finalização
15 de Fevereiro de 2014
12 remates (6 golos)
5 remates (0 golos)

71%
(50% destes remates deram golo)
29%
(não existiram golos)








Denota-se uma clara melhoria na preocupação dos atletas em focarem a baliza antes da finalização, e que o trabalho realizado obteve sucesso.

Esta trata-se de mais uma prova de que o Scouting pode ser utilizado para o benefício e melhora da performance das próprias equipas!!

1 comentários:

  1. Apesar de ser suspeito no comentário, depois de encontrado o problema, sugerimos aos jogadores que no momento da finalização procurassem enquadrar-se com a baliza, estudar o posicionamento do GR (capacidade de decisão e de execução) e só nesse momento tentassem a finalização. O êxito das ações aumentou significativamente.
    O trabalho realizado, apesar de curto, mostra que a análise do treino (scouting) mesmo em escalões baixos, pode ser extremamente importante.

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