A percepção destas todas condicionantes, são preponderantes para existir golo, senão vejamos:
Salah (no vídeo), percepciona o contexto da jogada? Ou pura e simplesmente chuta, na esperança que Krul não apanhe a bola. Quantas vezes Salah focou a baliza antes do remate? Nenhuma! Ora se não olhou, como conseguiu perceber a posição do GR, e face ao seu enquadramento com a baliza, decidir para onde ia colocar a bola?
Tenho então a sorte de estar num clube (Associação Desportiva de Olhão - 4 ao Cubo) em que me encontro rodeado de pessoas com tanta curiosidade como eu, então após observar que este fenómeno do "remate ao acaso", acontecia muito mais vezes que o desejável, decidimos quantificar isto em valores.
O escalão analisado foi o de Infantis A, em dois jogos, apresentando os seguintes valores:
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Foca
a baliza antes da finalização
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Não
foca a baliza antes da finalização
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7 de Dezembro de 2013
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13
remates (8 Golos)
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17
remates (2 Golos)
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4 de Janeiro de 2013
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10 remates (7 Golos)
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23 remates (2 Golos)
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37%
(65% destes remates dão golo)
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63%
(10% destes remates dão golo)
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Percebe-se à partida que os jogadores focam a baliza muito menos vezes que o aceitável. No entanto, 65% das vezes que percepcionaram o contexto, marcaram golo, ao invés que apenas 10% dos remates deram golo quando não focaram a baliza.
Claramente se comprova a importância da percepção no momento da finalização, demonstrando que esta está intimamente ligada ao sucesso da acção.
Posto isto, começou-se a realizar trabalho específico neste sentido, e após muitos exercícios de finalização com alvos, com decisão controlada pelo treinador, entre outros, neste fim de semana, optamos por voltar a recolher resultados:
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Foca
a baliza antes da finalização
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Não
foca a baliza antes da finalização
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15 de Fevereiro de 2014
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12
remates (6 golos)
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5
remates (0 golos)
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71%
(50% destes remates deram
golo)
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29%
(não existiram golos)
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Denota-se uma clara melhoria na preocupação dos atletas em focarem a baliza antes da finalização, e que o trabalho realizado obteve sucesso.
Esta trata-se de mais uma prova de que o Scouting pode ser utilizado para o benefício e melhora da performance das próprias equipas!!
Apesar de ser suspeito no comentário, depois de encontrado o problema, sugerimos aos jogadores que no momento da finalização procurassem enquadrar-se com a baliza, estudar o posicionamento do GR (capacidade de decisão e de execução) e só nesse momento tentassem a finalização. O êxito das ações aumentou significativamente.
ResponderEliminarO trabalho realizado, apesar de curto, mostra que a análise do treino (scouting) mesmo em escalões baixos, pode ser extremamente importante.